O peso de Atlas

Eu estaria completamente errado se dissesse que meu coração fala a verdade. Quando tudo parece estar finalmente se encaixando, quando as coisas estão finalmente indo ao seu lugar correto, o teto desaba. Eu ainda me vejo aprisionado. É como sair de uma cela e pular para outra. Eu não posso me ver livre sem antes admitir que ainda estou escravizado.
Escravizado por tal sentimento que me perturba ao dormir, ao acordar e também ao desenvolver do dia. Mas a esperança é a última que morre. Ou não? Ou será que há uma hora em que nem mesmo a esperança é capaz de revigorar seus sentimentos e lhe dar forças para olhar pra frente, suportar o peso de Atlas?
Aí é difícil.
Mais difícil ainda quando você já não é mais tão capaz de acreditar naquilo que você acreditava ontem. Quando tudo que, por algum motivo, lhe era crível, torna-se quase irrevogavelmente inacreditável. Aí, sim; é quando o peso de Atlas cai sobre o meu corpo.
Mas eu prefiro continuar aqui, acreditando que um dia dará certo. Afinal, eu ainda estou escravizado.

1 opiniões:

Ana Luiza disse...

Escravizados por um sentimento chamado amor
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